José, modelo de comportamento justo e santo. (Semente Josefina - novembro de 2015)

José, modelo de comportamento justo e santo. 


"José, filho de David, não tenhas receio de trazer Maria, tua Esposa, para junto de ti, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Dará à luz um Filho, ao qual porás o nome de Jesus, pois Ele há-de salvar o seu povo dos Seus pecados" "Assim que despertou do sono — conclui o Evangelho — José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor" (Mt 1, 20-21;24).

Em sua homilia, pronunciada em Terni, Itália, em 19/03/1981, dia de São José, o Papa São João Paulo II deixou registrado, com a clareza e sabedoria que lhe é peculiar, alguns preciosos ensinamentos: a família, uma instituição profundamente amada e desejada por Deus, está sendo seriamente ameaçada, mas jamais perecerá. A partir de uma vida cristã autêntica, alicerçada na Palavra, na Eucaristia e no sacramento do matrimônio, casais honestos e trabalhadores, inspirados no exemplo de José e Maria e apoiados por intercessão, vencerão as dificuldades e construirão lares capazes de formar famílias sólidas e uma sociedade onde a vida é respeitada. Vejamos estas preciosas palavras do Papa Santo: 
Nós, aqui reunidos, ouvimos estas palavras (Mt 1, 20-21;24) - e veneramos José, homem justo: José que amou mais profundamente Maria, da casa de Davi, porque aceitou todo o seu mistério. Veneramos José, no qual se espelha mais plenamente do que em todos os pais terrenos a Paternidade de Deus mesmo. Veneramos José que ao Verbo Eterno construiu a casa familiar na terra — assim como Maria Lhe deu o corpo humano. "O Verbo fez-se homem e habitou entre nós" (Jo 1, 14). 
Deste grande mistério da fé dirigimos os nossos pensamentos para as nossas casas, para tantos casais e famílias. José de Nazaré é particular revelação da dignidade da paternidade humana. José de Nazaré, o carpinteiro, o homem do trabalho. Pensai nisto vós — precisamente vós —, homens do trabalho de Terni, de Narni, de Amélia e de toda a Itália, toda a Europa e todo o mundo. Sobre a dignidade da paternidade humana — sobre a responsabilidade do homem, marido e pai, assim como também sobre o seu trabalho — apoia-se a família. José de Nazaré dá-nos disso testemunho. 
As palavras que Deus lhe dirige "José, filho de David, não tenhas receio de trazer Maria, tua Esposa, para junto de ti" (Mt 1, 20) não são porventura dirigidas a cada um de vós? Caros Irmãos, maridos e pais de família! "Não tenhais receio de trazer...". Não abandoneis! Foi dito no princípio: "Por este motivo, o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher" (Gn 2, 24), E Cristo acrescenta: "Aquilo, pois, que Deus uniu não o separe o homem" (Mc10, 9). A solidez da família, a sua estabilidade é um dos bens fundamentais do homem e da sociedade. Na base da solidez da família está a indissolubilidade do matrimônio. Se o homem, se a sociedade procuram os caminhos que privam o matrimônio da sua indissolubilidade e a família da solidez e da estabilidade, então cortam quase a raiz mesma da sua salvação, privam-se de um dos bens fundamentais, sobre que é construída a vida humana. 
Irmãos queridos! Aquela voz, que ouviu José de Nazaré naquela noite decisiva da sua vida, chegue até vós sempre, em particular quando está iminente o perigo da destruição da família, "Não temais perseverar"! "Não abandoneis"! Comportai-vos assim como fez aquele Homem justo. 
José, filho de David, não tenhas medo de trazer Maria para junto de ti e Aquele que foi gerado nela (cf. Mt 1, 20), Assim diz Deus-Pai ao homem, com quem, em certo modo, partilhou a Sua paternidade. Deus, caros Irmãos, partilha em certo sentido a Sua paternidade com cada um de vós. Não do modo misterioso e sobrenatural, como o fez com José de Nazaré... Contudo, toda a paternidade na terra, toda a paternidade humana, d'Ele toma o seu princípio, e n'Ele encontra o seu modelo. A vossa paternidade humana, caros Irmãos, relaciona-se sempre com a maternidade. E aquele que é concebido no seio da mulher-mãe une-vos a vós esposos, marido e mulher, com um particular laço que Deus-Criador do homem abençoou "desde o princípio". Este é o vínculo da paternidade e da maternidade, que se forma desde o momento em que o homem, o marido, encontra na maternidade da mulher a expressão e a confirmação da sua paternidade humana. 
A paternidade é responsabilidade pela vida: pela vida primeiro concebida no seio da mulher, depois dada à luz, para que nela se revele um novo homem, que é sangue do vosso sangue e carne da vossa carne. Deus que diz "Não abandones a mulher, tua esposa", diz ao mesmo tempo: "acolhe a vida concebida nela! Assim como o disse a José de Nazaré, embora José não fosse o pai carnal d'Aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo em Maria Virgem. 
Deus diz a cada homem: "Acolhe a vida concebida por tua obra! Não te permitas suprimi-la!". Deus diz assim com a voz dos seus mandamentos, com a voz da Igreja. Mas Ele diz assim sobretudo com a voz da consciência. A voz da consciência humana. Esta voz é unívoca, não obstante tudo o que se faça para impedir que ela seja ouvida e para sufocá-la, isto é, para que o homem não ouça e a mulher não ouça esta voz simples e clara da consciência.
Os homens do trabalho, os homens do trabalho duro, conhecem esta voz simples da consciência. O que eles sentem do modo mais profundo é precisamente aquele laço que une o trabalho e a família. O trabalho é para a família, pois o trabalho é para o homem (e não vice-versa) — e exatamente a família, e primeiro que tudo a família, é o lugar próprio do homem. É o ambiente em que ele é concebido, nasce e cresce; o ambiente pelo qual ele assume a responsabilidade mais séria, no qual ele se realiza quotidianamente; o ambiente da sua felicidade terrena e da humana esperança. E por isso hoje, no dia de São José, conhecendo os corações dos homens do trabalho, a sua honestidade e responsabilidade, exprimo a convicção de que precisamente eles assegurarão e consolidarão estes dois bens fundamentais do homem e da sociedade: a solidez da família e o respeito da vida concebida sob o coração da mãe.

“Comportai-vos assim como fez aquele Homem justo (José)”. Esta é a profética exortação do Santo Papa São João Paulo II, dirigida a todos, homens e mulheres, mas especialmente aos pais de família e aos homens que se preparam para o casamento: comportai-vos assim como fez José, e a solidez de suas famílias estarão asseguradas. Nós, do Centro Interamericano Josefino-Marelliano, repetimos as palavras do Papa e expressamos igual confiança: se cumprirmos fielmente nosso dever pastoral contribuiremos com a Igreja para que , “todo o povo cristão não só recorra a São José com maior fervor e invoque confiadamente o seu patrocínio, mas também para que tenha sempre diante dos olhos o seu modo humilde e amadurecido de servir e de «participar» na economia da salvação”. Estamos convictos de que esta é uma preciosa ajuda oferecida às famílias a nós confiadas.