José, exemplo de alegria pelo crescimento do “outro”. (Semente Josefina - Agosto de 2016)

José, exemplo de alegria pelo crescimento do “outro”.  

Ó exemplar de toda a santidade, glorioso São José, perdestes sem culpa vossa o Menino Jesus e, para maior angústia, tivestes de procurá-lo por três dias, até que com sumo júbilo o encontrastes no templo entre os doutores.

Por esta vossa dor e por esta alegria, suplicamos-vos com o coração nos lábios, de intercederdes para que nunca nos suceda perdermos a Jesus por culpa grave. Mas, se por suma desgraça o perdermos, fazei que com tão viva dor o procuremos, que o achemos favorável, especialmente na nossa morte, para passarmos a gozá-lo no céu e cantarmos eternamente convosco as suas divinas misericórdias.

7ª Dor e Alegria: O desencontro com Jesus e o reencontro no Templo.

O contexto: o zelo de Jesus pelas coisas do Pai . (Lc 2,43-45)

José e Maria, cumpridores fiéis da Lei, tinham o hábito de subir todos os anos a Jerusalém para as festas da Páscoa, e lá permaneciam por alguns dias, visitando o Templo e rezando.

Quando Jesus completou doze anos, eles foram segundo esse costume saudável, para a Cidade Santa. Ao terminarem os dias da festa, tomaram o caminho de regresso para Nazaré, formando uma grande caravana e confundindo-se com os outros peregrinos da região. Jesus, porém, permaneceu em Jerusalém, entre os pórticos do templo, sem que seus pais percebessem, e ali, entre os rabinos, seguia com atenção os seus ensinamentos.

É preciso salientar que Jesus não se perdeu, mas ficou ali livremente, a fim de cumprir a vontade de seu Pai. Para Ele essa façanha não foi nada difícil, pois as crianças de sua idade, durante a viagem, gostavam de andar juntas ou acompanhadas só o pai ou só a mãe, já que os homens e as mulheres caminhavam em grupos separados, encontrando-se apenas em determinados pontos preestabelecidos para descansar um pouco. E foi na primeira grande parada do caminho que deram por falta do Menino. Eles não podiam imaginar que Jesus tivesse ficado em Jerusalém. Era possível que ele estivesse entre as pessoas que faziam parte da caravana e, por isso, “começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos”. Mas ninguém sabia dar informações sobre o seu paradeiro. Em vista disso, não havia outra coisa a fazer, nem tempo a perder: era preciso, embora já fosse noite, após um dia de estafante caminhada, voltar a Jerusalém para localizá-lo.

Durante três dias, José o procurou, ao lado de Maria, na cidade caótica, como são todos os grandes centros, e ainda fervilhando de peregrinos e estrangeiros. Foram três dias de preocupações misturadas com ansiedade e temor, até que uma alegria inefável lhe veio inundar o coração: Jesus estava no Templo, no meio dos doutores da Lei, provocando, com sua pouca idade, grande pasmo e admiração nos mestres de Israel, “admirados com sua inteligência e suas respostas”.

A EXPERIÊNCIA DE JOSÉ.

José, o humilde carpinteiro de Nazaré, contemplava aquele espetáculo inexplicável sem nada pode dizer. Simplesmente, era seu Filho que estava ali, falando com os sacerdotes e os doutores do Templo, os altos dignitários de Israel.


A angústia de José durante as horas da procura em muito foram superadas pela alegria após o reencontro com Jesus, pois José percebe que seu Filho já começa a assumir o compromisso com as “coisas do Pai”.
Outra causa de grande alegria para São José foi a seqüência das ações de Jesus: mesmo sabendo-se Filho do Pai e vocacionado a uma missão muito importante, Jesus retorna com seus pais para Nazaré e ali permanece, aprendendo com José e Maria, até que se complete a “plenitude dos tempos”.
CONTINUA NOS DIAS DE HOJE.
Desde o instante em que o Anjo revelou a José sua missão, sua vida transformou-se num serviço incondicional aos planos de Deus a seu respeito. Também cada um de nós, que somos seus devotos e chamados a imitá-los, deve consagrar sem reserva todas as atividades de sua vida ao serviço de Nosso Senhor, no cumprimento fiel da vontade de Deus.

A alegria do pai ao constatar que seu filho já sabe que tem outro Pai é uma experiência marcante e consoladora: e São José pode experimentá-la. Como todo bom pai, José se alegra pela descoberta do seu filho, de que é Filho do Pai Eterno. O filho que se descobre “Filho” (Filho de Deus) no Filho (Jesus) sempre é causa de alegria para seu pai. O Guarda do Redentor alegra-se imensamente ao ver as profecias se cumprindo e Jesus assumindo sua missão.

Que São José seja também nosso modelo em alegrar-se pelas descobertas e experiências do “outro” com Deus. Ao perceber que o adolescente Jesus começa a tomar consciência de sua missão e a crescer no relacionamento com o Pai, São José não se sente diminuído, mas alegra-se. Alguns anos antes de João Batista, São José pode dizer em seu coração e partilhar com Maria: “importa que Ele cresça e eu diminua”.

E NOS CONVIDA A CUIDAR DOS INTERESSES DE JESUS.

José foi o primeiro a cuidar dos interesses de Jesus:

José foi o primeiro sobre a terra a cuidar dos interesses de Jesus. Ele cuidou dele desde a infância, o protegeu quando jovem e cumpriu a missão de pai nos primeiros trinta anos de sua vida terrestre”. (São José Marello).

E, ainda hoje continua cuidando dos interesses de Jesus. Não estamos sozinhos: Ele caminha conosco, orienta-nos e sustenta-nos na caminhada.

Eis-nos todos para Ti e Tu sejas tudo para nós. Ensina-nos o caminho, sustenta-nos em cada passo, conduz-nos onde a Divina Providência quer que cheguemos, seja longo ou breve o caminho, fácil ou difícil, vejamos ou não a meta. Depressa ou devagar, contigo estamos certos de estar sempre bem”. (São José Marello).
“Alegremo-nos por sermos protegidos por São José, o qual é tão poderoso junto a Jesus, que não sabe negar-lhe nada. Jesus sobre esta terra somente deu tudo continuamente sem receber nada de ninguém; somente de Maria e de José recebeu tantos préstimos. Agora Ele gosta de retribuir no céu os serviços que recebeu na terra e por isso concede a São José tudo quanto ele pede. E São José, o qual não precisa de mais nada para si, pede e recebe para nós, que somos seus clientes afeiçoados e devotos”. (São José Marello)

Alegremo-nos de sermos protegidos por São José. Mas que isso: por sermos seus Filhos amados.

São José, como todo Bom Pai, com certeza, alegra-se ao ver o nosso crescimento no discipulado e no seguimento de Jesus.